As maiores regiões metropolitanas da América Latina - localizadas no Brasil, na Argentina, no Chile, na Colômbia e no México - possuem 42 milhões de internautas que navegam na Web pelo menos uma vez por mês, afirma o levantamento de uma unidade do grupo de pesquisa brasileiro Ibope.
Segundo o "Web Latam", primeiro estudo da Ibope Media Information sobre a Internet na região, com dados reunidos sob uma mesma metodologia entre agosto de 2004 e novembro de 2005, a Argentina tem a maior penetração da rede mundial de computadores nas zonas metropolitanas pesquisadas, alcançando 41% da população, ou 7,2 milhões de pessoas.
Mas enquanto a presença da Internet entre os argentinos é elevada, conforme a empresa de pesquisa, em termos absolutos o Brasil continua como líder latino-americano, com cerca de 21 milhões de internautas nas nove principais regiões metropolitanas do país. O México surge no levantamento com 26% de penetração e base de 9,2 milhões de internautas em regiões metropolitanas. A Colômbia, com 38%, aparece com 4,7 milhões de usuários, seguida pelo Chile, que tem 37% de presença (1,4 milhão de internautas).
Apesar de muitos problemas de acesso à telefonia na América Latina, "a gente vê um crescimento muito significativo da Internet (na região). Está consolidada e apoiada por uma indústria de operadoras de telecomunicações por trás das empresas de Internet", disse a diretora de novos negócios da Ibope Media Information, Fábia Juliasz.
"Há sete anos, o mundo era dourado e a América Latina era o Eldorado... Agora, esse mercado não é mais de 'bolha', representa investimentos concretos baseados em comunicação digital", acrescentou a especialista relembrando o episódio marcante do colapso da StarMedia, empresa latina de Internet que chegou a ser considerada como termômetro da indústria na região.
Segundo os dados da pesquisa, que fez 46.621 entrevistas, representando o universo de 130 milhões de habitantes nos cinco países, o Brasil possui o maior índice de acesso domiciliar à Internet, 59,7%, ante 53,6% no Chile, 42,1% no México e 38,1% na Argentina. A partir de locais públicos a situação se inverte. A Argentina fica na primeira posição, com 52,4%, à frente de Colômbia, 44,6%; e México, 39,6%. Apenas 8,3% dos pesquisados no Brasil disseram que usam locais como cibercafés e telecentros para acessar a Web.
A Colômbia se destaca quando o acesso é feito via instituições de ensino, 20,4% dos internautas usam esse meio, enquanto no Brasil o índice cai para 15,8%, seguido por 12,7% no Chile e 11,4% no México, segundo o relatório Web Latam. Uma das conclusões da pesquisa é que os internautas da região, com destaque para o Brasil, estão cada vez mais envolvidos em blogs, sites de redes sociais e vídeos como o YouTube, recentemente comprado pelo Google, disse a analista.
"A gente vê crescimento muito grande da produção de conteúdo pelos indivíduos. As pessoas estão publicando e gostando de ser os autores da informação. O chat evoluiu para os blogs, comunidades e hoje estamos vivendo um movimento multimídia dos indivíduos", disse Juliasz.