Como de costume nos debates eleitorais, tanto tucanos como petistas reivindicaram uma vitória de seus candidatos após o duelo da noite de quinta-feira, promovido pelo SBT. Os argumentos, contudo, apontaram mais para as supostas deficiências dos rivais do que para as virtudes de seus candidatos. Os dois lados comemoraram o que consideraram equívocos dos adversários no debate.
Os ministros e auxiliares que acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva gostaram do recuo do candidato da oposição, Geraldo Alckmin, que adotou tom bem menos agressivo do que no debate anterior, da Bandeirantes. Na avaliação dos petistas, a falta de agressividade de Alckmin ajudou Lula a ficar confortável no duelo e demonstrar segurança, ao contrário da outra vez.
Do lado tucano, a comemoração foi pelos erros de Lula com os números. Segundo os opositores, o presidente se atrapalhou numa série de temas, mostrando que é menos preparado que Alckmin. As falhas do petista foram destacadas pelo presidente do PSDB, o senador Tasso Jereissati, e pelo governador eleito de São Paulo, José Serra, que destacaram principalmente o tema dos juros.
"Quando o presidente da República fala em 6,5% e demonstra desconhecer a taxa Selic do seu país, é estonteante", disse Tasso, sobre Lula ter citado a taxa de juros básica errada (está em 13,75% ao ano). "Tem que maneirar, porque senão dá uma impressão de dó, de pena", atacou, lembrando o tom menos agressivo - tucanos diziam que Alckmin queria evitar ser chamado de arrogante.
O coordenador de campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, tentou minimizar a gafe do presidente. "Ele trocou a Selic pela taxa de juros de longo prazo. Isso é um lapso normal, que outros candidatos podem cometer", disse. Sobre Alckmin, Garcia provocou: "Ele adotou uma tática que acho que não vai lhe render dividendos, que é de não responder nada e fazer perguntas em seguida".