Ou: A arte que imita a vida que imita a arte que...é a própria vida.
Oscar Wilde dizia que a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida.
Mas seria isto verdade?
Tão antigas como a arte, as nossas experiências em querer entender a origem do processo criativo já nos levou a exaustivas pesquisas, na maioria das vezes sem uma resposta definitiva. De onde vem a inspiração?
Em seus estudos no livro “Do espiritual na Arte”, o pintor e músico russo Wassily Kandinsky indica que a arte nasce da espiritualidade. Foi assim que o artista renunciou a representação figurativa tentando encontrar a relação absoluta entre a forma, a cor e o ânimo do contemplador.
O que acontece conosco quando entramos no jogo dos intricados significados da arte? O que é verdade e o que é ficção?
Uma das principais barreiras na solução desta pergunta reside no fato de não estarmos mais familiarizados com o saber do espírito. Noticiários, relatórios, levantamentos, pilhas de textos técnicos preenchem o nosso tempo e, tudo o que passa da linha mecanicista passamos a entender apenas como ficção.
Perdemos efetivamente a capacidade de medir com a intuição a verdade do que nos é apresentado. Ainda assim, muitas histórias permaneceram na memória da humanidade, sempre representadas em uma ou outra obra de arte, seja em que campo for.
- Quer dizer que devemos ler histórias para entender a vida?
Joseph Campbell, professor e escritor norte americano de origem irlandesa, que ficou conhecido por seu trabalho no campo da mitologia comparada diz que
- “Sim. Aquilo que os seres humanos têm em comum se revela nos mitos.”
Campbell, que nos incita a ler os mitos, inclusive os de outras culturas, pelo poder da sua universalidade, cita em seu livro “O poder do mito” a interessante leitura sobre o “Santo Graal”.
Também Richard Wagner, compositor e intelectual, ativista político e revolucionário, cujas óperas tiveram grande influência na música ocidental, dedicou-se à obra “Parcival” como seu último trabalho, onde o Graal representa uma força que sustenta os piedosos, proporcionando-lhes bebida e alimento, com o duplo significado de ser, este maravilhoso receptáculo, o cálice da Santa Ceia, um dos marcos mais sublimes do cristianismo.
Campbel vai mais longe quando afirma que “A vida espiritual é o buquê, o perfume, o florescimento e a plenitude da vida humana, e não uma virtude sobrenatural imposta a ela. “
O tema fundamental nos mitos é e sempre será a busca espiritual.
Estudando-os nos aproximamos da resposta para a nossa pergunta inicial e muito provavelmente em nossa própria intuição encontraremos uma saída para o enigma da inspiração.
Literatura sugerida:
Poemas, lendas... fragmentos de verdade foram captados. Porém as imagens permaneceram muito vagas...
"O ser humano devia afastar-se da idéia de considerar o Santo Graal apenas como algo inconcebível, pois existe realmente!" *
O Santo Graal "é uma taça onde algo como sangue rubro borbulha e ondula ininterruptamente, sem jamais transbordar".
* Leia mais sobre o Santo Graal nos volumes 2 e 3.
MENSAGEM DO GRAAL - NA LUZ DA VERDADE, de Abdruschin
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Maria de Fátima Seehagen
é facilitadora em Criatividade Aplicada,
orientadora do de Fátima atelier
E-mail : [email protected]
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