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Jornalismo Laboratorial, mídia imprensa e iconografia

Enviado em 13/12/2006 - 02:12
Fonte: A A A A

Por: Camila de Oliveira Guimarães

O presente artigo visa introduzir alguns conceitos iconográficos e discutir os elementos componentes destes conceitos, tanto no jornalismo tradicional como no jornalismo laboratorial de O Ponto, da Faculdade de Ciências Humanas, da Universidade Fumec, de Belo Horizonte. O processo de produção do jornal laboratório O Ponto é baseado no Projeto Político-Pedagógico (PPP) do Curso de Comunicação Social da Universidade FUMEC, que tem o objetivo de formar o comunicador social crítico. Isso implica formar um jornalista ou publicitário como um agente transformador da realidade e, por isso, capaz de construir um tempo e contexto social, sendo responsável, portanto, por suas riquezas e mazelas. Desse modo, todas as etapas do processo de produção jornalístico, desde a pauta, reportagem, edição, diagramação e o uso de iconografia, que é o tema do trabalho em questão, deverão ser utilizados de maneira crítica e questionadora.

Quintão e Werkema, em sua monografia de final de curso, defendem o ponto de vista de que o jornalismo cívico é um caminho para adequar a prática de O Ponto ao PPP, de modo a compreender criticamente os espaços históricos, sociais, culturais, econômicos, ideológicos e políticos, nos quais o jornalista intervirá como agente do processo comunicacional. O que significa adotar uma atitude contraditória à razão instrumental dominante da grande imprensa e preparar o estudante para se inserir no mercado de trabalho com uma consciência questionadora, inconformista e inovadora. Não se trata, portanto, de reproduzir a informação, mas transformar a realidade, incitar o público para a prática do debate, melhorar a qualidade da vida pública, mostrar caminhos para que a comunidade participe ativamente e se envolva com os problemas e, também, propor soluções.

Ao praticar o jornalismo cívico, espera-se que os futuros jornalistas do Curso de Comunicação Social da FUMEC, por meio do jornal laboratório O Ponto, rejeitem qualquer interpretação de objetividade, imparcialidade e superficialidade, que implica distanciamento e desinteresse pelas questões da comunidade. O profissional que o curso se propõe a preparar para o mercado é o agente participante da comunidade política, como um membro responsável e norteado pelos elementos do jornalismo, que incluem a obrigação com a verdade, a lealdade com os cidadãos e a disciplina da verificação. Portanto, a iconografia, como o primeiro nível de leitura no jornal impresso, por meio de gráficos, tabelas, ilustrações, fotografias, mapas ou tópicos, deve seguir esses preâmbulos.


Glossário
Para se discutir e analisar a utilização da iconografia no jornal laboratório O Ponto, do Curso de Comunicação Social da Universidade Fumec, é necessário, primeiramente, que se defina e conceitue alguns termos que muitas vezes se confundem quando nos propomos a pensar o projeto editorial e o planejamento gráfico do jornal. Começando pelo tema proposto, entende-se por iconografia como sendo um trabalho consagrado ao estudo de descrição das imagens em qualquer gênero (pintura, esculturas, medalhas, etc.). É, portanto, a arte de representar um determinado assunto por meio de um conjunto de imagens. Para que fique claro, a ilustração, por sua vez, consiste no ato de explicar ou esclarecer o assunto então abordado por meio de um desenho ou uma gravura que se intercala no texto de uma obra. Os infográficos visam representar graficamente o tema abordado – seja por meio de desenhos, figuras geométricas ou recurso analógico – os fenômenos físicos, econômicos, estatísticos, sociais, etc. Seu uso é bastante didático e facilita a compreensão e fixação do que se deseja informar, já que, a maioria dos leitores, devido à escassez de tempo e desinteresse, pouco apreendem dos textos corridos.


Jornalismo diário x mensal
O uso de c em um jornal como O Ponto difere sobremaneira do uso destes elementos em jornais diários da mídia tradicional, como Folha de São Paulo e Jornal do Brasil. Embora cores, tipografia e leiaute sejam regidos por princípios parecidos e muito estudados, a produção e elaboração de fotografias, infografias e ilustrações configuram um universo distinto e muito pouco explorado, tanto em bibliografia acadêmica quanto na prática laboratorial.

A começar pela produção fotográfica, pode-se notar de pronto que o uso de fotografias em jornais diários é extenso. Isso se deve a vários fatores a saber: periodicidade, factualidade, recursos técnicos e humanos e esforço de produção. Um jornal diário é constantemente abastecido por centenas e talvez milhares de fotografias por dia. A produção é grande porque conta com vários fotógrafos profissionais, a produção de notícias é constante e, portanto, gera mais pautas de fotografias e estas são, muitas vezes, factuais ou flagrantes. O esforço de produção é grande e concentrado, o que possibilita um foco firme sobre a imagem fotográfica.

Já em O Ponto, o primeiro obstáculo está na periodicidade. O fato de ser uma publicação mensal impede com que o jornal trabalhe o factual e o flagrante. Isso exige com que as pautas a serem apuradas tenham uma cuidadosa produção de fotografia. Por ter, em muitos momentos, pautas pouco direcionadas ou apurações pouco eficientes, a fotografia fica prejudicada, pois não tem a conveniência do factual. A necessidade de pensar a fotografia, contextualizá-la e produzi-la se torna urgente em O Ponto. Isso acarreta na dificuldade grande que os alunos do curso de Comunicação Social da Fumec têm de produzir fotografias que condigam com os preceitos do Projeto Político Pedagógico.

Na seqüência, podemos notar o uso freqüente e competente de infografias nos jornais diários, principalmente a Folha de São Paulo, que notoriamente tem uma cobertura mais didática dos fatos. O jornal conta com uma equipe de artistas gráficos que fica por conta de criar esses infográficos junto com os editores. No caso de O Ponto, a infografia é algo geralmente tratado em um segundo plano, tendo raras exceções dependendo da matéria e do aluno envolvido no processo. O uso de infografia é menos freqüente e, muitas vezes, por ser relegada a um papel de coadjuvante, acaba sendo óbvia demais e não contribui efetivamente para a compreensão mais rápida e precisa da informação transmitida. Além disso, a infografia pode, inclusive, dispersar a leitura, caso seja mal empregada ou mal elaborada. Essa é a opinião de Quintão e Werkema.

Por último, temos o uso das ilustrações que, junto com fotografia e infografia completam a tríade que compõe a iconografia de uma publicação. A ilustração é um recurso rico, porém pouco utilizado em jornais diários tradicionais. É nítida a prioridade dessas publicações em relação às imagens fotográficas. É clara também a razão para tanto, já que a produção farta permite com que o jornal seja preenchido por fotos que quase sempre têm uma mínima qualidade, tanto jornalística como estética. O jornal laboratório da Fumec, por outro lado, usa e abusa das ilustrações, que desempenham um papel de primeira importância para as reportagens. Entretanto, provavelmente o jornal teria mais credibilidade se pudesse priorizar as imagens fotográficas e deixasse para a ilustração um papel específico. Da forma como o jornal funciona, fica claro que a ilustração é utilizada mais por ser um recurso mais fácil de manipular do que pelo seu valor como elemento iconográfico. Isso acarreta na banalização da ilustração e, em última análise, na queda da qualidade informativa do jornal.


O papel da fotografia
De acordo com estudos realizados pelo The Poynter Institute Media Studies, as fotos ilustrações e infográficos são os pontos de entrada primária do leitor de jornal diário. Além disso, o instituto constatou que, na maioria das vezes e em circunstâncias específicas, a fotografia dominante é o primeiro ponto na página percebido por um leitor, seguida do título e, posteriormente, da outra foto em evidência. Se associarmos as evidências sobre a importância visual de um projeto gráfico, que estão propostas pelo estudo citado anteriormente, com o texto de Graham Clarke, intitulado “O que é Fotografia?”, podemos concluir que o valor da imagem é evidente e forte na atual sociedade capitalista e ocidental na qual estamos inseridos. Clarke discute o poder ideológico da fotografia ao afirmar que, em um mundo dominado por imagens visuais, a fotografia se tornou quase invisível.O autor demonstra, ainda, a importância social das fotos quando diz explica: “Nós fazemos fotografias, olhamo-las infidavelmente, e as carregamos conosco de modo que sua prevalência é onipresente... Nós herdamos toda uma estrutura de códigos e convenções que não apenas dotam a fotografia com status, mas o fazem em relação a sua disponibilidade e acesso. Ela é, nesse sentido, um portal, para o mundo no qual nos movemos...”. (CLARKE, 1997).

Inúmeros estudos e obras ressaltam o valor que tem uma imagem para a nossa sociedade. Dessa maneira, torna-se necessário discutir-se o papel e poder da fotografia sobre a opinião pública de um periódico. De acordo com John Szarkowski, em seu texto “Da Imprensa Ilustrada”, uma fotografia é, antes de ser notícia, uma fotografia. O que significa que o que ela irá nos contar do mundo é limitado, seja pela fragmentação do relato seja pelo meio em si. Por exemplo, “(...) não se pode fotografar os pensamento de um estadista ou mesmo provar conclusivamente o que ele está pensando; pode-se apenas fotografá-lo de trás, ou olhando através da janela e esperar que o escritor das legendas faça a imagem ganhar a significação desejada(...)”. Logo, se pode expressar expressões, seja de alegria, desespero, choque ou dor, mas não se pode fotografar fontes interiores. Além da limitação, não pode ser descartada a importância fundamental das legendas para o fotojornalismo, que cumprem o papel de produzir significados concretos de uma certa imagem e evitar sua ambigüidade ou interpretação indevida. John Szarkowski afirma que “nos contextos de um jornal, o significado específico das fotografias é clareado por uma legenda e um lead em negrito, que atuam como apêndices das imagens”. Outro fator de grande importância ressaltado pelo autor é o fato de o modo de produção das redações, limitado no tempo e espaço, impedem que o fotojornalismo seja utilizado em suas potencialidades máximas de reflexão, crítica e contestação. Segundo ele, “(...) o trabalho do fotojornalista é reativo e não reflexivo. E as virtudes de seu trabalho tenderão a ser, previsivelmente, a repetitividade, o cerimonial, o formal, a abstração e a ambigüidade”.

Podemos, ainda, perceber na fotografia grande poder social e, conseqüentemente, um dever social ainda maior. Devemos olhar as fotografias jornalísticas, “(...) não apenas pelo o que nos mostra ser único e novo, mas sim pelas formas que descrevem aquelas questões humanas simples e duradouras que o meio da fotografia jornalística aprendeu a manipular”.

Neste caso, apontamos O Ponto como um instrumento que permite experimentar as possibilidades e potencialidades do uso da fotografia. Por um lado isso acontece devido à periodicidade mensal do impresso, o que permite ao repórter fotográfico pensar reflexivamente sobre a imagem a ser obtida. Além disso, o O Ponto, por se tratar de um jornal laboratório, proporciona ao fotojornalista certa liberdade editorial e autoral, para a realização de seu produto final.


O papel da infografia
A infografia é o instrumento que permite uma melhor leitura da notícia. Possibilita ao leitor, que já não tem o tempo ao seu favor, uma agilidade na busca da informação, quer seja pela foto, por um infográfico, por uma ilustração, por uma charge, pelo título e não somente pelo texto. O que demandaria um tempo maior e muitas das vezes uma análise uito profunda. O projeto gráfico vem facilitar este processo. De acordo com a professora de Infografia do curso de Comunicação da Fumec Adriana Xavier, se destrincharmos a produção de infografias nos grandes jornais, verficaremos que o processo de apuração é fundamental para determinar se a infografia terá uma função chave para a reportagem ou será apenas uma outra forma de dizer o que o texto já disse.

Se houver um levantamento específico e detalhado de informações para a construção da infografia, mesmo que seja uma simples tabela, esta contribui para o contexto da reportagem. Mais do que uma função didática, nestes casos, a infografia se torna parte da reportagem e não um elemento complementar. Ainda segundo Xavier, assim como todo o projeto gráfico, os elementos iconográficos, incluindo as fotografias, devem ser pensados não como um enfeite ou adorno para o jornal. São parte da "linguagem jornalística", ou seja, contribuem para a compreensão, leitura e interpretação da informação. Esses elementos devem estar afinados com os princípios editorias e daí fornecer ao leitor mais de uma forma para compreender a notícia.No jornal laboratório, as iconografias funcionam como uma oportunidade do estudante aprimorar determinadas competências importantes na apuração e redação da informação.


O papel da ilustração
De acordo com a professora Adriana Xavier, o lugar da ilustração, não só em O Ponto, mas nos meios de comunicação, deveria ser um lugar de expressão do pensamento, da visão de um determinado acontecimento através do desenho. O desenho, a fotomontagem, a colagem, a composição digital representam oportunidades de comunicar algo de uma forma que só assim poderia ser comunicada. A ilustração dá forma ao pensamento.


O papel da diagramação
Apresentar a notícia impressa, com foto, ilustração, infografia, tipologia e cores, distribuindo-a de maneira clara e agradável é meta de um jornal. A disputa pelo leitor entre os diversos meios de comunicação valorizou as técnicas de edição e diagramação. Oferecer a leitura em diferentes ritmos, de acordo com a disponibilidade de tempo do leitor, tornou-se uma constante.Um bom projeto gráfico deve-se atentar a ter legibilidade e organização, oferecer facilidade para encontrar a informação e ser atrativo, são essas as regras básicas segundo Márcio Garcia que há mais de 20 anos cria projetos gráficos para mais de 400 jornais em vários países.E deixa claro que “jornal não é uma amostra gráfica” portanto há que se ter bom senso no que disponibilizar no jornal. Estar atento que o contraste é que organiza a página, elimina o caos e que estabelece a hierarquia da página.

O texto “As Cores na Mídia”, de Luciano Guimarães, expõe a cor como informação e a “leitura” normal de uma página impressa em três níveis – o primeiro, das imagens; o segundo, dos títulos; e o terceiro, dos textos. A aplicação das cores desempenha funções de organizar e hierarquizar informações, lhes atribuindo significado. Em um jornal a cor-informação é dependente da formação cultural do leitor e da história da cor utilizada. A consciência da informação como valor agregado da cor, traz uma responsabilidade maior para o jornalista quanto à diagramação dos títulos, infográficos e ilustrações. A associação das cores tem o poder de contradizer uma notícia, enfatizar algum tema ou relacionar idéias e valores. O poder da cor pode estar em sua atuação individual e autônoma ou integrada e dependente de outros elementos do texto visual (formas, figuras, texturas, textos).

De acordo com o professor de Planejamento Gráfico do curso de Comunicação Social da Fumec José Augusto, no jornal O Ponto, a utilização das cores é deficiente. Um exemplo é o da edição de dezembro de 2005, na editoria de Cultura o título na cor vermelha compete com a ilustração de Dom Quixote, tira a percepção de que a gravura representa o tipo de impressão que se utilizava na época.

A edição de novembro de 2005, editoria de Internacional, tem um bom exemplo de associação de cores. Ao falar sobre a possibilidade da Turquia fazer parte da União Européia na matéria “Entre o Ocidente e o Oriente”, o editor do jornal colocou duas caixas no pé da página, a cor vermelha presente nas duas é facilmente associada à cor da bandeira da Turquia, mas a disposição não é adequada. A caixa com o mapa da Europa não tem título e a leitura visual ficou confusa com uma caixa ao lado da outra e uma coluna de texto no meio.

Um exemplo de boa diagramação é vizinho do ultimo citado, a reportagem sobre a máfia do apito (“Porque apenas 11 jogos são considerados contaminados?”), editoria de Esportes, dispõe claramente os comentários mais importantes à esquerda e a direita da página, o vermelho da ilustração e da caixa de texto no pé da página está associado à corrupção, o lugar da foto e a abertura da matéria deixam bem claro onde ela se inicia, o que leva a uma ordem coerente de leitura. O secretário gráfico da “Folha de São Paulo”, Vincenzo Scarpellini, afirma que o leitor é antes um observador e destaca a importância da combinação entre padronização e flexibilidade.“Bom projeto é aquele que fixa algumas partes e mantém outras livres para nova paginação”. Para Vicenzo, as cores são definidas em função do assunto e aconselha manter diferença de escala entre os vários elementos da página, colocando o item dominante em destaque.

Para o editor de arte de “O Globo”, Léo Tavejnhansky, na primeira página o olhar é guiado para a manchete, pois nenhum outro título pode competir com ela. Assim a grande foto, que domina a página, substitui a solução de usar duas ou três fotos. O editor-assistente do Correio Braziliense, Francisco Amaral, considera que algumas reportagens se sustentam a partir da foto. Outras chegam mesmo a dispensar o texto e que ao editar as páginas a preocupação é associar os títulos às imagens selecionadas. O jornal Estado de Minas que passou por uma reformulação do projeto gráfico, identificou que nesta área havia uma carência, que ao longo dos anos foi deteriorada a ponto de não mais se identificar qual o padrão gráfico do jornal. Para resolver o problema, mudanças foram feitas para que o jornal que fosse mais fácil de ler, conforme analisa o editor de artes visuais, Álvaro Duarte.

O jornal O Ponto visa implantar na primeira edição de 2006 um novo projeto tipográfico, mas como toda mudança e devido ao fato de ser um jornal laboratório, que a cada edição é feito por pessoas diferentes, faz-se necessário cuidado e harmonia nas mudanças. Algumas matérias se destacam mais quanto à diagramação e outras ficam a desejar. Muito porque, quando os alunos são direcionados a editarem as páginas ainda têm pouca informação, dominam pouco o assunto.


Propostas e conclusão
Seria pretensão, a partir de uma análise sucinta sobre iconografia, tentar corrigir os problemas encontrados no jornal laboratório da Universidade Fumec. Entretanto, diante dos dados coletados, é possível apontar caminhos para a melhoria e para a incrementação dos recursos iconográficos de O Ponto. Primeiramente, o jornal precisa passar por uma reforma gráfica. Para tanto, seria interessante que um grupo limitado e selecionado de alunos, uma espécie de comissão, se dispusesse a discutir, com base em bibliografia especializada e de acordo com as diretrizes do Projeto Político Pedagógico, um novo padrão gráfico. Com a orientação do professor de Planejamento Gráfico, esse grupo de alunos, que poderia contar com estudantes das habilitações de Jornalismo e Publicidade e Propaganda, faria um estudo aprofundado e justificado da razão de mudar e também a natureza da mudança. Dessa forma, tudo estaria amarrado principalmente por um conceito inicial, que regeria todo o processo.

Já o processo de produção fotojornalística de O Ponto corre paralelamente à criação, discussão e apuração das pautas das reportagens. Isso seria atenuado se o repórter fotográfico, que serve à disciplina de Fotojornalismo I, estivesse intimamente ligado ao processo de construção da pauta. Seria a adição de uma pessoa a mais para pensar caminhos e também a possibilidade de criar imagens fotográficas melhores e mais consistentes para o jornal. A infografia é um recurso praticamente não discutido, tanto na produção de pautas como na própria execução do jornal. Para que isso pudesse ser contornado, seria necessário que a disciplina de Infografia, que é dada no último período do curso, viesse a fazer companhia a disciplinas como TREPJ e Edição, no 5º e 6º períodos. Com isso, o processo de construção de infografias estaria vinculado ao processo de construção da pauta e teria, ainda, a orientação de um professor capacitado para tanto.

Por fim, com a implementação das propostas acima, espera-se que a ilustração em O Ponto assuma o lugar que lhe é de direito. Não seria relegada a mero recurso de preenchimento de página, na falta de uma imagem fotográfica boa, nem seria banalizada com seu uso indiscriminado em várias páginas. Por ser um tema muito amplo e praticamente livre, a ilustração não poderia ser tratada formalmente dentro do curso, mas se as engrenagens do jornal funcionarem a contento, a força da ilustração será suficiente para sustentá-la onde quer que ela seja necessária.

Diante do exposto, fica clara a importância capital e imprescindível da iconografia em qualquer tipo de veículo impresso. Sendo O Ponto um espaço de experimentação, a iconografia talvez não receba a importância que merece, pois, até então, além de ser sub-utilizada, geralmente não apresenta uma qualidade condizente com aquela alcançada muitas vezes pelos textos do jornal. Estes continuam recebendo grande parte da atenção do aluno, o que deve ser revisto em uma tentativa de equilibrar as prioridades e enriquecer a informação veiculada no jornal laboratório do curso de Comunicação Social da Universidade Fumec.


Bibliografia

RABACA, Carlos Alberto; BARBOSA, Gustavo. Dicionário de Comunicação. 2. ed. São Paulo: Ática, 1995.

DICIONÁRIO Priberam. Disponível em: . Acesso em: 28 mar. 2006.

LOPES, Renata Quintão; MARTINS, Rafael Werkema. O Ponto: uma proposta de jornalismo laboratorial crítico. Monografia (Graduação em Jornalismo). Belo Horizonte: FUMEC-FCH, 2005.

FUMEC. Projeto Político Pedagógico do curso de Comunicação Social da FCH-FUMEC. Belo Horizonte: FUMEC-FCH, s/d.

SZARKOWSKI, John. Da imprensa ilustrada. Tradução Rui Cezar dos Santos. Nova Iorque: Museu de Arte Moderna de Nova York. 1973. (Título original: From the Picture Press).

CLARKE, Grohan. O que é a fotografia? New York: Oxford University Press. 1997. (Título original: The Photograph).

GARCIA, Mario R.; STARKE, Pegre. Eyes on the news. St. Petersburg (Flórida): Miller, 1991.


Retirado do Site: www.artigos.com

Enviado por: brunohcs

Postado em: Literatura

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