Recentemente, a influenciadora digital Jaqueline Faria chamou atenção ao vender o registro de sua íris por R$ 650, conforme divulgado pela Folha de S. Paulo. O caso gerou repercussão, principalmente porque ela admitiu não ter avaliado as consequências desse ato. O episódio levanta questões importantes sobre o uso de dados biométricos e os reais interesses por trás desse tipo de coleta.
O cadastro da íris tem sido promovido por empresas como uma solução de segurança avançada. Por ser única para cada pessoa e praticamente impossível de ser falsificada, a íris é vista como um método eficiente para autenticação de identidade. Bancos, aeroportos e sistemas de segurança em geral têm adotado essa tecnologia para prevenir fraudes e facilitar processos. No entanto, nem sempre as intenções por trás da coleta são transparentes.
No caso de Jaqueline, ela mencionou ter se arrependido ao perceber que não sabia como seus dados seriam utilizados. Isso reforça uma preocupação crescente sobre a privacidade e a segurança dos dados biométricos. Empresas que coletam íris podem utilizar essas informações para diversas finalidades, desde autenticação até análises comerciais ou, em casos mais graves, vendê-las para terceiros, algo que pode expor as pessoas a riscos significativos, como roubo de identidade.
A facilidade de vender dados pessoais também é um reflexo da falta de conscientização sobre o valor dessas informações. Diferente de uma senha, que pode ser alterada em caso de vazamento, a íris não pode ser modificada. Isso torna o uso indevido desses dados um problema permanente. Além disso, muitos usuários acabam cedendo suas informações sem entender os contratos ou termos de uso, o que cria brechas para abusos.
O caso da influenciadora deve servir como alerta. Antes de vender ou ceder informações tão sensíveis, é crucial avaliar quem está coletando esses dados, para que serão usados e se existem mecanismos de proteção contra vazamentos ou usos inadequados. A biometria é uma ferramenta poderosa, mas, quando manipulada de forma irresponsável, pode representar um risco para a privacidade e a segurança de qualquer pessoa.