O termo Web 2.0 refere-se à segunda geração de serviços e aplicativos da Web e aos recursos, tecnologias e conceitos que permitem um maior grau de interatividade e colaboração na utilização da Internet. As aplicações desta geração disponibilizam interfaces tão dinâmicas quanto as existentes nas tradicionais aplicações desenvolvidas para desktops, em contraposição com as páginas praticamente estáticas da primeira geração de aplicações para Web, a "Web 1.0". Muitos desenvolvedores discordam do termo e de sua conceitualização, alegando que o mesmo é vago e refere-se a tecnologias e/ou conceitos há muito existentes, não passando de uma jogada de marketing para simplesmente nomear e classificar o que for novo e (principalmente) popular na Web.
Breve histórico O termo foi inicialmente usado em Outubro de 2004 pela O'Reilly Media e pela MediaLive International como nome de uma série de conferências sobre o tema, popularizando-se rapidamente a partir de então. A empresa CMP Media, que adquiriu a MediaLive, alega possuir direitos e patentes exclusivas sobre o termo Web 2.0, proibindo outras empresas ou iniciativas de utilizá-lo em conferências e/ou eventos. O Google atualmente é o expoente maior do movimento/conceito Web 2.0, adotando-o em muitos de seus aplicativos, tais como Gmail, Blogger, Google Maps, Google Calendar e muitos outros
Conceitualização
A conceitualização dada neste artigo segue os princípios ditados por Tim O'Reilly, sabidamente o precursor do uso do termo em seu artigo de conceitualização (e também de defesa) do termo Web 2.0: What Is Web 2.0 (em inglês) de Setembro de 2005. Entretanto existem outras conceitualizações sobre o termo Web 2.0. Veja o ítem "Crítica" mais adiante.
Segundo O'Reilly, a dita Web 2.0 deve ter como algumas premissas básicas (entre outras):
- A internet como plataforma para processar, produzir ou consumir informação, onde um computador conectado à internet é ferramenta básica e principal de trabalho.
- Melhor experiência do usuário: a Web 2.0 propõe uma experiência de uso semelhante à de aplicativos para desktop, frequentemente fazendo uso de uma combinação de tecnologias surgidas no final da década de 1990, que incluem Web services APIs (1998), AJAX (programação) (1998), Web syndication (1997), entre outras. Estas tecnologias aumentaram a velocidade e a facilidade de uso de aplicativos Web, sendo responsáveis por um aumento significativo no conteúdo (colaborativo ou meramente expositivo) existente na Internet. Estas também permitiram que usuários comuns, que até então não possuiam conhecimentos necessários para publicar conteúdo na Internet - pela ausência de ferramentas de uso simplificado - publicassem e consumissem informação de forma rápida e constante. Notadamente têm-se os blogs e wikis como expoentes desta massificação. Permitiu ainda o desenvolvimento de interfaces ricas, completas e funcionais, sendo que alguns aplicativos Web, ainda em versão beta, são considerados por muitos como "desktops on-line", proporcionando ao usuário um ambiente de trabalho inteiramente baseado na WWW, acessível de qualquer computador com conexão à Internet.
- Valorização do conteúdo colaborativo e da inteligência coletiva: o conteúdo deve ser produzido e consumido por qualquer um, de forma simples e direta. A Wikipedia e os blogs são exemplos vivos desta premissa.
- Fim dos ciclos de lançamento e atualização de softwares tradicionais. Em oposição ao que acontece com softwares tradicionais, em caixas, com instaladores e dependentes de um sistema operacional, aplicativos web podem ser atualizados de forma constante, linear e independente da ação do usuário final. No caso de atualizações de segurança e desempenho, por exemplo, o usuário da aplicação seria imediatamente beneficiado pela atualização da aplicação, não necessitando baixar um patch ou atualização.
- Quanto mais simples a programação, melhor. Em tempos de mudanças rápidas, ter uma estrutura de software enxuta, que permita ser expandida em módulos e também aperfeiçoada ao mesmo tempo em que é usada é um diferencial positivo. Metodologias e conceitos como o Getting Real e Agile tem-se popularizado entre as empresas que desenvolvem aplicativos ditos "Web 2.0".
Crítica
Muitos especialistas consideram que não existe uma segunda geração de aplicativos web, existe apenas evolução natural destes. Sugerem ainda que o termo Web 2.0 não passa de uma Buzzword, de Marketing puro e simples, uma vez que não ocorreram mudanças tecnológicas significativas na estrutura da grande rede, além de argumentarem que a dita Web 2.0 não é uma tecnologia (ou conjunto destas) nova. A questão é tão controversa, que em diversos lugares (notadamente em listas de discussão, blogs, artigos e matérias jornalisticas) o seu emprego é quase sempre precedido de longa discussão, suprimindo até mesmo a própria definição e conceitualização.
Em decorrência disso, até o momento não existe consenso sobre o que exatamente é a Web 2.0, e as definições variam de forma a incluir determinadas características/conceitos de acordo com o entendimento de cada especialista. Esta indefinição também se deve ao fato de a Web 2.0 não ser um objeto, um produto, tampouco de uma marca, apesar de existir um ou mais pedidos de patente sob o termo, mas sim de um conceito relativamente novo.
Para resolver definitivamente estas questões, alguns especialistas sugerem o uso do termo webware, relacionando estes aplicativos da Internet a verdadeiros softwares online.